quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Babete Passarinhos 01



Passarinhos a bailar,
mal acabam de nascer,
com o rabinho a dar, a dar
piu, piu, piu, piu,

É dia de festa,
baila sem parar,
vamos lá voar, tu e eu
sob o azul do céu e sobre o mar

Passarinhos a bailar,
mal acabam de nascer, 
com o rabinho, a dar, a dar
pi, piu, piu, piu


domingo, 19 de janeiro de 2014

Sabão de Barbear



POEMA DE UM HOMEM SÓ
António Gedeão

Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.



Sabão de Barbear - em frascos (definitivos)


Sabão de Barbear - ainda nos moldes